terça-feira, 28 de maio de 2013

Anos melhores a cada vinho!


Os anos vão passando e com o tempo, os gostos vão se refinando.
Comigo foi sempre assim.

Por algum tempo, a quantidade sempre prevaleceu, embora a qualidade fosse discutível. 
Isso se aplica a quase tudo. 
Felizmente, o próprio tempo se encarrega de providenciar uma 'peneira' e promover a seleção natural, separando você de algumas pessoas ou você se separando delas.

Aprendi há alguns anos, a apreciar bons vinhos. 
Deixando de lado os doces e nocivos vinhos de mesa. 
Junto com eles foram embora, toda leitura descartável e pessoas sem fundamento.
Não posso dizer que fiquei, como dizem no popular "fresca, metida", apenas refinei um pouco mais meus hábitos. Pelo menos alguns deles.

Um bom vinho geralmente vem acompanhado de pessoas interessantes. 
A conversa verte na mesma proporção das garrafas. Os assuntos fluem mais fácil e os sorrisos pontuados por línguas azuladas revelam a quantidade de flavonoides circulando no corpo.

Não tenho problemas com as castas das uvas claras, mas prefiro as escuras, tintas, toda a família Cabernet é sempre muito bem vinda: Cortis, Dorsa, Franc, Mitos, mas a acessibilidade  da Sauvignon me atrai. 

Há uma melodia simbólica no suave som da rolha saindo da garrafa, o líquido escuro vertendo na taça, esperando para ser apreciado pelo olfato antes mesmo de ser sorvido. 
Delicio-me com a cena e agradeço a Deus por poder valorizar este pequeno gesto. 

E assim como o gênio escapa da lâmpada e realiza desejos, o aroma e o sabor do vinho escapam da garrafa para nos proporcionar um momento indelével... 
Até o momento de outro gênio ser liberado.





segunda-feira, 20 de maio de 2013

Pedir demissão e perder os meus direitos? Sim! Porque não?

Trabalho desde os meus 17 anos com carteira assinada e jamais fui demitida (não até hoje...). Saí do meu primeiro emprego porque queria conhecer novos ares e empreender novos desafios. 

O custo-benefício era de R$ 30,00 a mais. 
Mas eu precisava tentar. E tentei. Pedi demissão pela primeira vez na vida. À época, tentei fazer acordo. A empresa não fazia acordos. 

Eu era Delegada Sindical da Categoria e isso me dava uma tal de 'Estabilidade Funcional' que sempre vi como negativa. Os patrões sempre viam os 'Delegados' com olhos de desconfiança.


Tive colegas de trabalho cujos patrões não suportavam sequer as suas presenças. Estavam nos cargos apenas porque eram Delegados. Mas eles continuavam lá, incólumes e resignados, presos a sua falsa sensação de segurança. Não podiam ser demitidos, mas já estavam fora da empresa há muito tempo.

Eu sempre jurei que jamais queria aquilo pra mim. 
Tive que assinar pilhas de papéis para poder pedir demissão. 
Resultado: paguei aviso, mal recebi o salário do mês e ainda tive que aturar os comentários de alguns colegas sobre a minha perceptível falta de inteligência.

Não me arrependi. 
Nunca quis estar sob a mira daquele olhar.
Ganhei em conhecimento, experiência, companheirismo. 
Meu rico dinheirinho do PIS ficou guardadinho para uma outra oportunidade, inclusive foi gasto.

E lá se vão quase 20 anos. 

Pedi demissão em todos os meus empregos. Tive minhas razões: pessoais ou profissionais, mas tive. As assinaturas na minha carteira de Trabalho são um retrato da minha vida profissional, mas não refletem o tempo que eu dediquei a cada um de meus trabalhos, tudo o que eu senti e aprendi em cada um deles, infelizmente. 
Diria que está mais pra um mosaico do que um retrato.



Sempre me dediquei de corpo e alma aos meus propósitos.
Não sou de meio comprometimento, meias palavras, sentimentos mornos... 

Sou daquele tipo de pessoa chata que jamais venderia a integridade por 30 moedas de ouro, se sujeitando a ficar num emprego onde não estivesse sendo bem vinda, útil ou me contentando com mediocridades (e isso também inclui os salários).


Tem que ser bom pra ambos. Empregador e empregado.  Senão, não adianta.
E se tiver que pedir demissão, peça sem medo. Essa história de 'direitos' é uma tremenda barca furada. 


O mundo está cheio de oportunidades para quem tem força de vontade e disposição para trabalhar.

Imagens: http://blog.manager.com.br/   e http://www.dignanmosaics.com